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Entrevista: "Estou louca para pisar num palco e rasgar o peito!"

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DEPOIS DOS TRINTA, GAL QUER VOLTAR A ACONTECER Era a terceira vez que "Vatapá" era ensaiada. Naquele calor infernal, Gal Costa se empenhava ao máximo, movimentando-se na saleta de ensaios da gravadora Phonogram. Seus músicos é que demonstrava cansaço. Gal sentou-se ao lado do guitarrista Perinho e reclamou:  - "Tá faltando molho. Aumenta o pique, Perinho!" A uma ordem do líder, Rubão (baixo), Antonio Adolfo (piano) e Pedrinho (bateria) empreenderam um pique que deu a devida retaguarda rítmica à pulsante voz de Gal. Assim alegre, ela retomou a alegria, os vestidos floridos, o riso aberto: - "O pique nunca deixou de existir, mas está muito mais forte agora. Estou louca para pisar no palco e rasgar o peito." Quando isso acontecer, o público verá uma cantora cheia de garra e explosões, voltando ao gênero que abandonara nos tempos de "Cantar" e "Gal Canta Caymmi". Gal tem sido muito bem comporta, na voz e no palco. E

Show "Cantar": Saudade Fora de Hora

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Custou, mas aconteceu. O novo espetáculo de Gal Costa decreta o fim da bossa nova. Não que as músicas do show sejam do começo dos anos 60. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, por exemplo, alguns dos eleitos, surgiram depois. Outros compositores selecionados, como Ari Barroso e Marino Pinto , precederam o movimento. Todos eles, porém foram envolvidos nesse show, em arranjos rigidamente acadêmicos dentro do estilo iniciado por João Gilberto. E esse inconveniente (e recente demais) saudosismo acabou por conferir à apresentação da cantora uma indisfarçável desatualização. O responsável por essa extemporânea ressurreição parece ser João Donato, pianista e diretor musical do espetáculo. Um dos fundadores da bossa nova, Donato voltou ao Brasil, no ano passado, depois de treze anos de permanência nos Estados Unidos. Durante sua ausência, terminou o período róseo e otimista que gerou o movimento ocupado em cantar singelezas da natureza e do amor. Em 1974, parece sem sentido