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Disco: Profana. "A Gal da alegria

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foto: Luiz Carlos David Em "Profana", a cantora volta aos ritmos quentes Foliões e roqueiros que se preparem: chegou o fim da fase Dolores Duran de Gal Costa . Em 1983, ainda que o maior sucesso de Gal tenha sido a irreverente "Rumba Louca" , o que prevaleceu em seu trabalho foram as canções românticas, as vezes de clima sofrido, que a aproximaram do estilo da grande cantora dos anos 50. Em "Profana" , o novo LP de Gal que chega às lojas esta semana, volta à cena a intérprete esfuziante e brincalhona. As canções românticas ocupam apenas duas das doze faixas do LP, dominado por baiões, frevos, rocks e marchas carnavalescas. A técnica apuradíssima de Gal volta a ser exercitada nas regiões mais agudas da escala musical. O resultado é um LP com muita alegria que lembra a cantora do "Gal Tropical" , disco de 1979 e que surge com seu melhor trabalho desde "Fantasia" , de 1981. O carro-chefe dessa fase eufórica de Gal é a marcha

Disco: "Baby Gal" - “Baby Gal” nasceu com a Tropicália

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Em novembro de 1968, os que conseguiram chegar até a porta e entrar, na extinta casa noturna Sucata, para ver Caetano Veloso e Os Mutantes, mal puderam ouvir a declaração de amor de Caetano a Gal Costa, que João Gilberto dizia ser a maior cantora do Brasil. “I love you, Gal Costa/ Baby, baby, baby…” A simples menção de “Baby” e do nome Gal Costa deleitou a plateia, ainda embriagada pelo novo som e imagem propostos pelo tropicalismo. A canção “Baby”, de Caetano, gravada por Gal Costa no LP “Tropicália” (julho de 1968), com arranjo de Rogério Duprat, saiu da Tropicália para entrar na história da música popular como canção hino de toda uma geração. Quinze anos se passaram e “Baby” está de volta recriada por Gal no LP “Baby Gal”. “Não foi a nossa intenção – diz a cantora – comemorar os 15 anos do tropicalismo. Mas já que aconteceu, fico feliz, e posso dizer que “Baby Gal” só foi possível por causa da Tropicália. Por tudo o que o movimento representou para a minha ca

Disco: "Gal Costa 1969" - Gal Costa quase divina, maravilhosa

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Data de 1967 o LP “Domingo”, reunindo Gal Costa e Caetano Veloso, feito à base de composições líricas deste: “Coração Vagabundo” , “Onde Eu Nasci Passa Um Rio” , “Avarandado” , “Um Dia” , etc. Após o domingo vem a segunda-feira, mas em termos de evolução foi como se tivesse havido um salto enorme no calendário musical de ambos. Gal retorna agora com um repertório inteiramente renovado, cuja tônica é o tropicalismo e o iê-iê-iê. Parece-nos ver daqui do alto destas páginas o franzir de quarenta mil narizes respeitáveis ao mero enunciado dessas duas palavras. Calma, senhores: nem tropicalismo nem iê-iê-iê mordem. A verdade é que não há gêneros nem escolas intrinsecamente maus; há obras boas ou más. O LP “Gal Costa” (a imaginação para dar um bom título não parece ser o forte de nossos diretores artísticos) abre esplendidamente com “Não Identificado” , onde Caetano Veloso desenvolve, com inteligência e originalidade, o tema de “uma canção para ela”, chegando a uma imagem que

Disco: Acústico MTV: A mais completa intérprete do país

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Considerando como de estreia o LP "Domingo" , dividido com Caetano Veloso, em 1967, Gal Costa comemora 30 anos de carreira no projeto "Acústico MTV" (BMG), constituído de vídeo, disco e uma sequência de shows que começa sexta-feira em Belo Horizonte. Trata-se de uma comemoração suntuosa, uma espécie de moldura de medalha, como a que já condecorou em projetos semelhantes Milton Nascimento e Caetano Veloso. Tanto no vídeo quanto na seleção do CD (que exclui alguns números importantes como "Vaca Profana" , "O Amor" e "Força Estranha" ), a cantora confirma o posto de mais completa interprete do país. Do protótipo pop ( "Baby" com entorno de sax e violinos) à balada rock ( "Não Identificado" ), passando pelo picotado samba choro ( "Teco Teco" ), e pelo samba sincopado ( "Falsa Baiana" ) ou o samba canção pré-bossa ( "Só Louco" ) nada escapa ao cristal vocal polidor de pérolas. Inc

Disco: Fa-tal: Só Gal ia dos cochichos de João Gilberto aos urros de Janis Joplin

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Em 1971, quando rolou o show "Vapor Barato ", transformado  num disco duplo gravado ao vivo no Teatro Tereza Raquel, no Rio, Gal Costa, mais que musa, era a estrela sobrevivente da saga tropicalista. Sob as botas do governo Médici (1969/1974), com os mentores do movimento, Caetano e Gil no exílio, a juventude antenada da época vivia entre a guerrilha e os vapores baratos que subiam dos charos acesos pela posição lisérgica do governo. Imantada por Gal, boa parte desta fatia viajante da galera se reunia (no Rio) num trecho da praia de Ipanema repleto de dunas, onde seria construido um emissário submarino de esgoto. Eram as "dunas do barato", ou como se dizia no baianês da época, "as dunas de Gal". Neste disco/show, além de segurar a barra tropicalista, Gal já rodava a baiana de maior cantora da MPB. Só ela ia dos cochichos de João Gilberto aos  urros de Janis Joplin sem trair a Dalva de Oliveira que mor ano sentimentalismo deste país de três raças

Disco: Aquarela do Brasil: A Senhora Gal

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Gal faz disco que não supera show Foi duro chegar lá, e por enquanto, aos 35 anos , Gal Costa não quer arriscar nada. Por isso esse disco que lança, por força do contrato com a Polygram, "Aquarela do Brasil" , foi cuidadosamente preparado para brilhar apenas discretamente e não prejudicar a carreira do show "Gal Tropical" , que já dura dois anos e o produtor Guilherme Araújo espera prolongar até 1981. Fantasiada como uma rumbeira vermelha desenhada por Guilherme Guimarães e cantando "Índia" e "Força Estranha", Gal já esteve no Japão, em Montreux, Campinas e Belo Horizonte com o show e ainda há centenas de cidades brasileiras juntando os 400 000 cruzeiros que ela cobra para cruzar o palco em correria desvairada ao som da marchinha "Balancê" de João de Barro. O trabalho é grande e Gal precisa terminar sua casa na Barra da Tijuca e pagar três sessões semanais do analista. Orgulhosa, quer mostrar ao maior número possível

Disco: Baby Gal: Uma cor forte no reino das gatas pardas

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O que faz uma grande dama da canção? Uma vida de laceramentos talhados na voz em farpas, tal Billie Holiday? Certa nobreza proletária nos erros e cadência de Elizeth Cardoso? Uma grande naturalidade para flexionar o instrumento corporal segundo o ritmo e a harmonia, como Sarah Vaughan, Betty Carter ou Ella Fitzgerald? Quem sabe a impetuosidade aliada à técnica, capazes ambas de assaltar auditórios ou pregar manhãs libertárias como Elis Regina? A verdade é que a canção e suas matriarcas (exceções de Nana Caymmi e da ala tradicional, abençoada pro Clementina de Jesus, com o estandarte de Clara bem conduzido ainda por Beth Carvalho) andam barateadas pelo desenfreado imediatismo. Ninguém está afim de escavar e polir ganga bruta como a turbulenta Elis fez com Ivan Lins, João Bosco, Tim Maia, Renato Teixeira, Belchior, Milton Nascimento e mesmo, nos primórdios, Gil e Caetano. Todo mundo quer comprar feito. Bateu, valeu. De preferência, boleros e baladas que não perturbem a audição

Disco: Aquele Frevo Axé - O melhor da cantora desde "Plural", de 1990

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"Aquele Frevo Axé" coloca de novo Gal Costa na linha de mira até dos fãs que se desinteressaram por seus últimos discos. Desde "Plural", de 1990, a cantora não fazia um trabalho que provocasse muito alvoroço por falta de novidades. "Gal" trazia o repertório do show "Plural" que não estava no disco anterior. "O Sorriso do Gato de Alice" reunia canções de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor e Djavan, que sempre povoaram seus discos. "Mina D'Água do Meu Canto" se dividia entre Caetano e Chico Buarque, compositores que ela gravou a vida toda. "Acústico" era uma retrospectiva de sua carreira, no formado que sempre a caracterizou. Não que ela tenha abandonado seus prediletos (e Celso Fonseca é um deles), mas a mudança de produtor fez bem a cantora. Entre erros e acertos, ela trabalhou nos últimos discos com Wally Salomão e Léo Gandelman, Arto Lidsay, Jaques Morelembaum e duas vezes com Mazzol

Disco: Mina d"água do Meu Canto: Gal busca frescor com Chico e Caetano

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"Mina D'água do Meu Canto" , nome do novo disco de Gal Costa não é apenas verso da única inédita, o belo "Como Um Samba de Adeus" , homenagem a Tom Jobim feita Por Caetano Veloso (música) e Chico Buarque (letra), que assinam todas as canções do álbum. A capa aquosa ajuda a reforçar o conceito do CD de 17 faixas onde a cantora procura uma purificação. "Queria trazer a tona o frescor do canto, zerar a técnica e os vícios, buscar aquela Maria da Graça, admiradora de João Gilberto", prega a ex-Gracinha do início de carreira. Ela se reconhece logo nesse espelho que não é Narciso nas buarquenas " Morena dos Olhos d"água" e "Desalento" . E por conta do compromisso, alterna no roteiro audácias e convenções. Sublinha o lado clássico da obra de Chico ( A Rita, Quem Te Viu Quem Te Vê, as Vitrines ) e as várias faces de Caetano. Do vanguardista de "Pelos Olhos" com clarineta e trompa ao fadista nordestino de "O Ciú

Disco: Bem Bom: Abram alas pra Cantora

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Como vocês devem saber, a imprensa recebe discos de gravadoras antes que todo mundo, antes mesmo das lojas. Por isso, tenho lido uma batelada de comentários publicados em jornais sobre o novo disco de Gal Costa . E reparei que quase todas abordavam em detalhes os autores, música por música, as letras (reproduzindo trechos, nesse procedimento tão discutível, por permitir a indução de uma errônea interpretação de uma canção), das orquestrações, as fases ou o posicionamento de cada compositor (ninguém ganhou duas músicas no LP) - enfim, uma esmiuçada análise do que foi escolhido pela Gal e seus produtores, mas como se fosse um disco de um compositor. Muito pouco se falou sobre o principal, a performance da mais admirável cantora do Brasil dos tempos atuais. E não só a performance: o seu sentido de não enquadrar o repertório em função de sucessos anteriores, para colher brilhos enganosos, numa atitude oposta às Simones da vida, para quem cada faixa de um LP é como uma posição de j

Disco: Plural: Gal volta ao topo em seu novo LP

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Marisas aos montes não chegam ao calcanhoto de Gal Costa. A cantora baiana de 44 anos prova que ainda é a melhor em "Plural", 21º LP solo em 23 anos de carreira, que chega às lojas na segunda-feira. Gal recobra o timbre agridoce dos anos 70, liberta-se da produção de estúdio indigente  dos "rambositores" Michael Sullivan & Paulo Massadas e apresenta um repertório renovado. Segue a lição do violento ecletismo deixada pelo LP de Marisa Monte, mas sem cair na tentação do expressionismo fácil da colega. Gal opta pela discrição reflexiva, pela descoberta da diferença na estrutura profunda das canções. Pela primeira vez, canta músicas da música afro-baiana contemporânea, gravando músicas dos blocos Muzemza e Olodum. Prova, sem a afetação típica dos intérpretes brasileiros de "standarts" norte americanos, o íntimo parentesco da bossa nova de Tom Jobim com a canção americana de Cole Porter e Rodgers & Hart. Dá elegância a uma lambada  - "

Disco: Gal: No tabuleiro da baiana

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Demorou para acontecer, mas a espera valeu a pena. Depois de mais de uma década de produções insípidas ou açucaradas, a baiana Gal Costa, 47 anos, acaba de lançar um disco que traz de volta a intérprete apaixonada que entusiasmou tantos fãs na década de 6 0 . No LP "Gal" , recém-chegado às lojas de todo o País, ela exibe o seu brilho e versatilidade. A cantora mostra uma forma arrebatadora, como não se via desde "Água Viva" , de 1978. "Nos anos 80, a Gal passou a ter um repertório cheio de concessões, composto por baladinhas. A sua carreira apresentava tendências conformistas", afirma o poeta Wally Salomão, amigo de Gal Costa. A própria cantora reconhece que vários trabalhos desse período ficaram abaixo do seu talento. "Talvez eu tenha gravado músicas com arranjos pasteurizados demais, com muitos instrumentos acompanhando minha voz, o que eliminou a força da intérprete", diz ela. Gal Costa não admite que chegou a cantar músicas da dupla Sul

Disco: Lua de Mel: Gal Costa mantém a sua imagem de dama da canção

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As rivalidades não tem nem Graça: ela é a voz do Brasil. Gal C osta chegou a um ponto máximo na música popular, tornou-se uma espécie de instituição, que a cada disco - melhor ou pior - apenas confirma seu lugar. O lugar é de "dama" da canção, ou qualquer coisa do gênero, que sirva pra designar a posição de uma artista entronada, estabelecida a tal ponto que dela não se espera mais invenção e turbulência, apenas maestria e manutenção de uma media de qualidade. U m lugar, certamente, careta, com todos os significados sinuosos que Caetano Veloso à palavra em "Vaca Profana", gravada por Gal em outro LP - o que quer dizer que pode ser uma coisa careta dizer que o disco é careta, já que esse é seu suposto. Não acredito que alguém ainda espere de Gal Costa a reedição de suas performances dos anos 60/70. mesmos os mais renitentes nostálgicos já perderam as esperanças fa-tais. a imagem da rebeldia e sensualidade de quinze, vinte anos atrás, é apenas uma satisfa

Disco: O Sorriso do Gato de Alice: A baiana traça o que vier

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                                                                Foto: Carlos Hungria Gal Costa, a ousada: timbres inesperados e improvisos sem palavras "Gal Costa é o tipo da diva que não teme cair do pedestal. Seu novo disco o 20º, arrisca a partir do título de refinado humor "O Sorriso do Gato de Alice" . representado na capa pelo solitário close da boca da cantora. O verso foi extraído de "Errática" , uma homenagem de Caetano Veloso , seu parceiro vocal no LP de estreia "Domingo", de 1967. Caetano é um dos quatro medalhões que fornecem repertório de inéditas do novo disco, ao lado de Jorge Ben Jor , Djavan e Gilberto Gil . Tratado com padrões acústicos, na contramão da ditadura tecnológicas das FMs, o disco ainda conta com uma  luxuosa intervenção de Paulinho da Viola. "Minha admiração por Gal ultrapassa qualquer esforço no sentido de definir sua arte e seu encanto", elogia o sambista no encarte. "Gal e eu temos uma