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Mostrando postagens com o rótulo Gonzaguinha

Disco: "Água Viva" - Cantora escolhe o pior para mostrar que é a melhor

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Texto enviado por Tiago Marques Uma das maneiras mais diabólicas que uma intérprete de música popular usa para mostrar que é uma grande cantora, é gravar de maneira impecável um disco composto praticamente só de músicas alienadas e medíocres. E esse feito maldoso acaba de ser conseguido pela excelente veterana cantora baiana Maria da Graça Costa Pena Burgos, a Gal Costa, em seu recente LP “Água Viva” (Philips 6349 394). Escolhendo a dedo basicamente um repertório de música de cansados ídolos e seguidores da música popular brasileira da era da bossa nova e do baianismo tropicalista, Gal Costa teve o cuidado de incluir – a título de contraste – três trabalhos de compositores, símbolos de real qualidade em outras três diferentes épocas: “Olhos Verdes” , do maestro Vicente Paiva (1908-1964), representante das décadas de 1920 e 1930; “O Bem do Mar” , de Dorival Caymmi (1914), que atingiria o auge nas décadas de 1940 e 1950. e “Folhetim” , de Chico Buarque de Hollanda (1944

Disco: Bem Bom - A grande dama da voz

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  foto: antonio ribeiro Com o ótimo "Bem Bom", Gal Costa reafirma seu talento em retratar o que há de novo na música brasileira.  Com a morte de Elis Regina, Gal Costa tornou-se, nos últimos quatro anos, a cantora numero 1 do país. Ela conquistou esse posto não apenas pela qualidade de sua voz ou das músicas que canta. Seu grande trunfo tem sido traçar, em discos anuais, fiéis retratos das mudanças ocorridas na música brasileira. Do frevo baiano, nos anos 80, ao jovem rock carioca, de Djavan a Marina, todos os movimentos e bons compositores que surgem são ano a ano são incorporados ao seu trabalho. Em "Bem Bom", seu novo LP, que chega às lojas nesta semana, Gal Costa, 40 anos, volta a exibir um painel do que vai pela MPB. Dessa vez, ela conseguiu outra façanha: gravar, num período recessivo da música, seu melhor disco dos anos 80. Em "Bem Bom" , Gal Costa quebra algumas regras que há anos seguia na escolha do seu repertório. A música nor

Disco: Profana: Gal Costa retoma garra e ginga a todo vapor

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É a glória nas alturas: os agudos de Gal Costa - aqueles - estão voltando a arrepiar. Lá em cima, onde poucas vozes da MPB conseguem se sentir confortáveis, ou eventualmente lá embaixo, onde o som sempre sai forçado. Gal anda barbarizando. E faz do seu décima sexto LP "Profana" (o primeiro pela RCA) uma retomada impressionante do velho pique, que angariou apaixonados dentro e fora do país. Já estava na hora. Apesar do apuro técnico crescente, Gal vinha de uma triste sucessão de discos frios e shows gelados, feito uma falsa baiana. Agora não: aos 39 anos, 20 de carreira, ela reúne garra e ginga suficientes para ficar entre as grande de novo. Com um repertório perfeito. Gal vai da canção chorosa "Nada Mais" - versão de Ronaldo Bastos para a balada "Lately", de Stevie Wonder - ao suingue djavanesco de "Topázio". Ok, ela ainda não se dá ao luxo de dispensar abolerados (como "Chuva de Prata" , de Ronaldo Bastos e Ed Wilson),

Disco: Bem Bom: Dotes múltiplos de Gal

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A tecnopopcracia embaralhou de vez as cartas dos grandes ases. Não há mais ídolo de massa imune à contaminação do sucesso premeditado. A expectativa do sucesso condiciona o repertório, a imagem e até o batom. A supercampeã Gal Costa , no entanto, graças a multiplicidade de seus dotes, mostrou ser possível inverter os signos do consumo maciço. Seu LP "Profana" , do ano passado, vendeu toneladas a partir de um rock-balada bem jovem guarda ("Chuva de Prata") e uma versão, ainda que do repertório de Stevie Wonder ("Nada Mais/Lately). Traços redutores para uma artista do seu porte, que Gal conseguiu maximizar. No LP desse ano, o segmento nordestino foi banido em troca de mais espaço para o rock, que em variados matizes, arrepia três e meia das onze faixas. ( "Todo Amor Que Houver Nessa Vida" , de Cazuza e Frejat, é levado meio tempo em bolero, meio em rock). As baladas e boleros, às vezes em composição mista, ocuparam quase todo o restante do di

Disco: Bem Bom: Abram alas pra Cantora

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Como vocês devem saber, a imprensa recebe discos de gravadoras antes que todo mundo, antes mesmo das lojas. Por isso, tenho lido uma batelada de comentários publicados em jornais sobre o novo disco de Gal Costa . E reparei que quase todas abordavam em detalhes os autores, música por música, as letras (reproduzindo trechos, nesse procedimento tão discutível, por permitir a indução de uma errônea interpretação de uma canção), das orquestrações, as fases ou o posicionamento de cada compositor (ninguém ganhou duas músicas no LP) - enfim, uma esmiuçada análise do que foi escolhido pela Gal e seus produtores, mas como se fosse um disco de um compositor. Muito pouco se falou sobre o principal, a performance da mais admirável cantora do Brasil dos tempos atuais. E não só a performance: o seu sentido de não enquadrar o repertório em função de sucessos anteriores, para colher brilhos enganosos, numa atitude oposta às Simones da vida, para quem cada faixa de um LP é como uma posição de j

Disco: Lua de Mel: Gal Costa mantém a sua imagem de dama da canção

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As rivalidades não tem nem Graça: ela é a voz do Brasil. Gal C osta chegou a um ponto máximo na música popular, tornou-se uma espécie de instituição, que a cada disco - melhor ou pior - apenas confirma seu lugar. O lugar é de "dama" da canção, ou qualquer coisa do gênero, que sirva pra designar a posição de uma artista entronada, estabelecida a tal ponto que dela não se espera mais invenção e turbulência, apenas maestria e manutenção de uma media de qualidade. U m lugar, certamente, careta, com todos os significados sinuosos que Caetano Veloso à palavra em "Vaca Profana", gravada por Gal em outro LP - o que quer dizer que pode ser uma coisa careta dizer que o disco é careta, já que esse é seu suposto. Não acredito que alguém ainda espere de Gal Costa a reedição de suas performances dos anos 60/70. mesmos os mais renitentes nostálgicos já perderam as esperanças fa-tais. a imagem da rebeldia e sensualidade de quinze, vinte anos atrás, é apenas uma satisfa

Disco: Lua de Mel Como o Diabo Gosta

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De costas - e que costas - na capa. De frente para as baladas, com sotaque tecnopop no repertório. cantando o fino: a voz trafegando solta enre a pluma e a lixa, a despeito dos acidentes de percurso comuns às megasestrelas do circuitão pop; algumas sequências óbvias de teclados, certa anemia melódica, letristas nem sempre inspirados. Ainda assim, o novo LP de Gal Costa - " Lua de Mel Como o Diabo Gosta" (RCA)", - tem o irrecusável perfil de campeões de audiência. o penúltimo a entrar na arena natalina, antes apenas do peru da festa, o tradicional LP de Roberto Carlos. O novo de Gal recebeu pedidos de 200 mil cópias e começa a desembarcar nas lojas na próxima terça-feira. No carrossel de fornecedores do LP, o guitarrista Lulu Santos fica com a parte do leão. De uma de suas três músicas incluidas no disco, aliás, vem a frase do título, o sestroso rocklero (casamento de bolero e balada rock) " Lua de Mel " , umedecido pela guitarra havaiana do especia