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Critica: Show "Lua de Mel" - Gal com diabinhos na voz

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Gal é sempre Gal. Esta afirmativa é imprescindível para quem se avizinhar da cantora baiana. Pois só ela mesma conseguiria transformar o pasteurizado em pérolas de interpretação. Se seu último disco não mostra novidades e traz arranjos repetitivos, seu show “Gal Costa”, que estreou na quinta-feira (28/1) no Scala II, depois de um adiamento e da ameaça de outros em virtude do incêndio que atingiu o andar de baixo da casa de espetáculos, esbanja sonoridade e ousadias vocais. Quase onze horas, quando em off Caetano Veloso puxou a amiga ao palco, afirmando que “no meio do lixo está o diamante”, contra a mesmice e a falta de inteligência. O Scala estava todo escuro e acendeu-se para a entrada de Gal, com os cabelos soltos, vestindo um jeans desbotado e uma mini-blusa de linho azul marinho, abotoada apenas na cintura e com um generoso decote. Ela entrou cantando “Quem Perguntou Por Mim” , de Milton Nascimento e Fernando Brant, que está no penúltimo LP, “Bem bom”, e logo emendou

Crítica: Show: Gal Tropical: "Seu Nome é Gal"

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Ainda. E agora, depois dos 30, muito melhor. Gal Costa não queria, mas fez 33 anos. Abandonou a rebeldia e o colar de espelho biseauté onde refletiu o rosto dos que a vaiaram em 1968, quando cantava "Divino Maravilhoso" , no festival da Record. Também não se deita mais no palco, simulando êxtase. Por uma última vez, no ano passado, no show "Com a Boca no Mundo" , ainda se apresentou de guitarra em punho e roupa de couro justíssima, como se acabasse de pular da motocicleta transviada de Marlon Brando em "O selvagem". Mas levou um tombo: fora de seu tempo, Gal era apenas uma triste nostálgica dos dias em que, aos gritos, libertou as cantoras brasileiras da rigidez técnica e dos bons modos em cena. Seja pelos 33 anos, seja pela psicanálise diária, a verdade mais evidente do atual show "GAL TROPICAL " (Teatro dos Quatro, Rio de Janeiro) é que a guerrilheira dos anos 60, a proclamar a criatividade e o poder dos jovens, con

Crítica: Espelho D'Água: Gal Costa, com a essência do tropicalismo

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  Foto: P. Pidal / AFV Show: Espelho d'Água Gal Costa (Voz) Guilherme Monteiro (violões e guitarras) Teatro Gran Rex (Argentina) Opinião: Muito bom Gal Costa tem uma força estranha. Pode cantar uma refinada bossa "Coração Vagabundo" e no momento seguinte, transformar-se e fazer experimentações em "Tuareg". As dobras de sua voz encarnam um dos mistérios da música popular brasileira. Gal é samba, pop, rock e é essencialmente tropicalista. Em seu show "Espelho d'Água", que veio apresentar no Teatro Grand Rex, a artista reflete um impulso vital e incansável como interprete. Com um repertório de vinte canções, que revê sua história, a cantora que cativou uma geração, encontra uma maneira diferente de se conectar com compositores como Caetano Veloso, Chico Buarque,  Jorge Ben Jor, Roberto e Erasmo Carlos e Lupicínio Rodrigues. Com um cenário minimalista, Gal mantém a tensão e o magnetismo em mais de duas horas, trazendo para o cent

Disco: Fa-tal: Só Gal ia dos cochichos de João Gilberto aos urros de Janis Joplin

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Em 1971, quando rolou o show "Vapor Barato ", transformado  num disco duplo gravado ao vivo no Teatro Tereza Raquel, no Rio, Gal Costa, mais que musa, era a estrela sobrevivente da saga tropicalista. Sob as botas do governo Médici (1969/1974), com os mentores do movimento, Caetano e Gil no exílio, a juventude antenada da época vivia entre a guerrilha e os vapores baratos que subiam dos charos acesos pela posição lisérgica do governo. Imantada por Gal, boa parte desta fatia viajante da galera se reunia (no Rio) num trecho da praia de Ipanema repleto de dunas, onde seria construido um emissário submarino de esgoto. Eram as "dunas do barato", ou como se dizia no baianês da época, "as dunas de Gal". Neste disco/show, além de segurar a barra tropicalista, Gal já rodava a baiana de maior cantora da MPB. Só ela ia dos cochichos de João Gilberto aos  urros de Janis Joplin sem trair a Dalva de Oliveira que mor ano sentimentalismo deste país de três raças

Show "Cantar": Saudade Fora de Hora

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Custou, mas aconteceu. O novo espetáculo de Gal Costa decreta o fim da bossa nova. Não que as músicas do show sejam do começo dos anos 60. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, por exemplo, alguns dos eleitos, surgiram depois. Outros compositores selecionados, como Ari Barroso e Marino Pinto , precederam o movimento. Todos eles, porém foram envolvidos nesse show, em arranjos rigidamente acadêmicos dentro do estilo iniciado por João Gilberto. E esse inconveniente (e recente demais) saudosismo acabou por conferir à apresentação da cantora uma indisfarçável desatualização. O responsável por essa extemporânea ressurreição parece ser João Donato, pianista e diretor musical do espetáculo. Um dos fundadores da bossa nova, Donato voltou ao Brasil, no ano passado, depois de treze anos de permanência nos Estados Unidos. Durante sua ausência, terminou o período róseo e otimista que gerou o movimento ocupado em cantar singelezas da natureza e do amor. Em 1974, parece sem sentido