Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Baby Gal (1983)

Crítica: Show "Baby Gal" - Gal, delícias e delírios

Imagem
Foto: Rogério Carneiro Para Gal Costa, bastava ocupar o palco com um banquinho e um violão e deixar que o cristal que mora em sua garganta garantisse um bom programa. Mas ela costuma querer mais e, às vezes, como no desastrado "Fantasia" de dois anos trás, os enfeites que a acompanham só atrapalham. Agora, porém, ela se cercou de uma produção requintada - a direção geral é de Aloysio Legey e Walter Lacet, a mesma dupla dos musicais da Rede Globo - para realizar o melhor espetáculo de sua carreira. Mas profissional que o antológico "Gal a Todo Vapor" , mais maduro que o bem-sucedido "Gal Tropical" , este "Baby Gal" encanta por mostrar que a maior cantora do país ainda está em evolução. Mais bonita,mais magra e mais bem vestida do que em sua última aparição na TV, em especial da Globo, ano passado, Gal também está mais atriz que em seus shows anteriores. É assim que ela dá vida nova a canções que pareciam desgastada. A "Dora&q

Disco: "Baby Gal" - “Baby Gal” nasceu com a Tropicália

Imagem
Em novembro de 1968, os que conseguiram chegar até a porta e entrar, na extinta casa noturna Sucata, para ver Caetano Veloso e Os Mutantes, mal puderam ouvir a declaração de amor de Caetano a Gal Costa, que João Gilberto dizia ser a maior cantora do Brasil. “I love you, Gal Costa/ Baby, baby, baby…” A simples menção de “Baby” e do nome Gal Costa deleitou a plateia, ainda embriagada pelo novo som e imagem propostos pelo tropicalismo. A canção “Baby”, de Caetano, gravada por Gal Costa no LP “Tropicália” (julho de 1968), com arranjo de Rogério Duprat, saiu da Tropicália para entrar na história da música popular como canção hino de toda uma geração. Quinze anos se passaram e “Baby” está de volta recriada por Gal no LP “Baby Gal”. “Não foi a nossa intenção – diz a cantora – comemorar os 15 anos do tropicalismo. Mas já que aconteceu, fico feliz, e posso dizer que “Baby Gal” só foi possível por causa da Tropicália. Por tudo o que o movimento representou para a minha ca

Disco: Baby Gal: Uma cor forte no reino das gatas pardas

Imagem
O que faz uma grande dama da canção? Uma vida de laceramentos talhados na voz em farpas, tal Billie Holiday? Certa nobreza proletária nos erros e cadência de Elizeth Cardoso? Uma grande naturalidade para flexionar o instrumento corporal segundo o ritmo e a harmonia, como Sarah Vaughan, Betty Carter ou Ella Fitzgerald? Quem sabe a impetuosidade aliada à técnica, capazes ambas de assaltar auditórios ou pregar manhãs libertárias como Elis Regina? A verdade é que a canção e suas matriarcas (exceções de Nana Caymmi e da ala tradicional, abençoada pro Clementina de Jesus, com o estandarte de Clara bem conduzido ainda por Beth Carvalho) andam barateadas pelo desenfreado imediatismo. Ninguém está afim de escavar e polir ganga bruta como a turbulenta Elis fez com Ivan Lins, João Bosco, Tim Maia, Renato Teixeira, Belchior, Milton Nascimento e mesmo, nos primórdios, Gil e Caetano. Todo mundo quer comprar feito. Bateu, valeu. De preferência, boleros e baladas que não perturbem a audição