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Disco: "Baby Gal" - “Baby Gal” nasceu com a Tropicália

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Em novembro de 1968, os que conseguiram chegar até a porta e entrar, na extinta casa noturna Sucata, para ver Caetano Veloso e Os Mutantes, mal puderam ouvir a declaração de amor de Caetano a Gal Costa, que João Gilberto dizia ser a maior cantora do Brasil. “I love you, Gal Costa/ Baby, baby, baby…” A simples menção de “Baby” e do nome Gal Costa deleitou a plateia, ainda embriagada pelo novo som e imagem propostos pelo tropicalismo. A canção “Baby”, de Caetano, gravada por Gal Costa no LP “Tropicália” (julho de 1968), com arranjo de Rogério Duprat, saiu da Tropicália para entrar na história da música popular como canção hino de toda uma geração. Quinze anos se passaram e “Baby” está de volta recriada por Gal no LP “Baby Gal”. “Não foi a nossa intenção – diz a cantora – comemorar os 15 anos do tropicalismo. Mas já que aconteceu, fico feliz, e posso dizer que “Baby Gal” só foi possível por causa da Tropicália. Por tudo o que o movimento representou para a minha ca

Disco: "Água Viva" - Cantora escolhe o pior para mostrar que é a melhor

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Texto enviado por Tiago Marques Uma das maneiras mais diabólicas que uma intérprete de música popular usa para mostrar que é uma grande cantora, é gravar de maneira impecável um disco composto praticamente só de músicas alienadas e medíocres. E esse feito maldoso acaba de ser conseguido pela excelente veterana cantora baiana Maria da Graça Costa Pena Burgos, a Gal Costa, em seu recente LP “Água Viva” (Philips 6349 394). Escolhendo a dedo basicamente um repertório de música de cansados ídolos e seguidores da música popular brasileira da era da bossa nova e do baianismo tropicalista, Gal Costa teve o cuidado de incluir – a título de contraste – três trabalhos de compositores, símbolos de real qualidade em outras três diferentes épocas: “Olhos Verdes” , do maestro Vicente Paiva (1908-1964), representante das décadas de 1920 e 1930; “O Bem do Mar” , de Dorival Caymmi (1914), que atingiria o auge nas décadas de 1940 e 1950. e “Folhetim” , de Chico Buarque de Hollanda (1944

Crítica: Espelho D'Água: Gal Costa, com a essência do tropicalismo

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  Foto: P. Pidal / AFV Show: Espelho d'Água Gal Costa (Voz) Guilherme Monteiro (violões e guitarras) Teatro Gran Rex (Argentina) Opinião: Muito bom Gal Costa tem uma força estranha. Pode cantar uma refinada bossa "Coração Vagabundo" e no momento seguinte, transformar-se e fazer experimentações em "Tuareg". As dobras de sua voz encarnam um dos mistérios da música popular brasileira. Gal é samba, pop, rock e é essencialmente tropicalista. Em seu show "Espelho d'Água", que veio apresentar no Teatro Grand Rex, a artista reflete um impulso vital e incansável como interprete. Com um repertório de vinte canções, que revê sua história, a cantora que cativou uma geração, encontra uma maneira diferente de se conectar com compositores como Caetano Veloso, Chico Buarque,  Jorge Ben Jor, Roberto e Erasmo Carlos e Lupicínio Rodrigues. Com um cenário minimalista, Gal mantém a tensão e o magnetismo em mais de duas horas, trazendo para o cent

Disco: Baby Gal: Uma cor forte no reino das gatas pardas

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O que faz uma grande dama da canção? Uma vida de laceramentos talhados na voz em farpas, tal Billie Holiday? Certa nobreza proletária nos erros e cadência de Elizeth Cardoso? Uma grande naturalidade para flexionar o instrumento corporal segundo o ritmo e a harmonia, como Sarah Vaughan, Betty Carter ou Ella Fitzgerald? Quem sabe a impetuosidade aliada à técnica, capazes ambas de assaltar auditórios ou pregar manhãs libertárias como Elis Regina? A verdade é que a canção e suas matriarcas (exceções de Nana Caymmi e da ala tradicional, abençoada pro Clementina de Jesus, com o estandarte de Clara bem conduzido ainda por Beth Carvalho) andam barateadas pelo desenfreado imediatismo. Ninguém está afim de escavar e polir ganga bruta como a turbulenta Elis fez com Ivan Lins, João Bosco, Tim Maia, Renato Teixeira, Belchior, Milton Nascimento e mesmo, nos primórdios, Gil e Caetano. Todo mundo quer comprar feito. Bateu, valeu. De preferência, boleros e baladas que não perturbem a audição

Disco: "Hoje|" - O tempo de Gal

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  Foto: Fernanda Cardoso Gal Costa completa 60 anos em 26 de setembro sem sentir o peso da idade. A leveza está confirmada em seu novo CD, Hoje , nas lojas na segunda-feira, 5. "Não me sinto com 60 anos e o disco é uma prova disso. Eu me sinto começando, estou sempre recomeçando", avalia a cantora. or Fernanda Cardoso no est ú dio da Trama). De fato, Hoje significa uma lufada de ar fresco na trajetória de uma cantora que já foi legal, fatal e tropical. É o primeiro disco de Gal na gravadora independente Trama e traz repertório inédito formado basicamente por músicas de compositores que vivem à margem do mercado (Nuno Ramos, Clima, Tito Bahiense, Moisés Santana, Junio Barreto, Péri, Hilton Haw). Além do repertório renovado, Hoje marca o encontro da cantora com César Camargo Mariano, produtor do disco e mentor da sonoridade atual, gravada com músicos jovens recrutados entre os colaboradores fixos dos álbuns editados pela Trama. "Por incrível que pareça,

Entrevista: Requiem para Tom faz chorar

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Fascinada com a nova casa em Trancoso, na Bahia, pra onde costuma viajar de um fôlego só a caminhonete Pajero com seus sete cães a bordo, Gal Costa pretendia descansar este ano. Mas gostou da proposta de Luiz Carlos Niemeyer, diretor de sua gravadora, a BMG-Ariola, para fazer um disco com repertório de Chico Buarque e Caetano Veloso. "Era uma oportunidade que sempre quis, não podia rejeitar", confessa. Quatro meses de gravações depois "Mina ´D'água do Meu Canto" entrou esta semana nas lojas com suas 17 faixas, oito regravações de cada autor e a inédita "Como Um Samba de Adeus", que chora Tom Jobim num suave requeim bossa nova. "Caetano Veloso fez uma fita com três melodias diferentes e perguntou se eu tinha alguma preferência. O Chico fez a escolha e mandou a letra", rebobina Gal, que chorou ao ouvir o resultado final no estúdio. "Precisei de um tempo pra me recuperar e gravar a música", admite. O disco se transforma em

Disco: Mina d"água do Meu Canto: Gal busca frescor com Chico e Caetano

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"Mina D'água do Meu Canto" , nome do novo disco de Gal Costa não é apenas verso da única inédita, o belo "Como Um Samba de Adeus" , homenagem a Tom Jobim feita Por Caetano Veloso (música) e Chico Buarque (letra), que assinam todas as canções do álbum. A capa aquosa ajuda a reforçar o conceito do CD de 17 faixas onde a cantora procura uma purificação. "Queria trazer a tona o frescor do canto, zerar a técnica e os vícios, buscar aquela Maria da Graça, admiradora de João Gilberto", prega a ex-Gracinha do início de carreira. Ela se reconhece logo nesse espelho que não é Narciso nas buarquenas " Morena dos Olhos d"água" e "Desalento" . E por conta do compromisso, alterna no roteiro audácias e convenções. Sublinha o lado clássico da obra de Chico ( A Rita, Quem Te Viu Quem Te Vê, as Vitrines ) e as várias faces de Caetano. Do vanguardista de "Pelos Olhos" com clarineta e trompa ao fadista nordestino de "O Ciú

Hoje: César Camargo Mariano fala sobre Gal Costa

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"É evidente que a gente sempre treme nas bases quando trabalha com uma diva dessa, mas foi tudo muito confortável, muito gostoso...". O depoimento é de César Camargo Mariano (na foto, com Gal Costa durante a gravação do novo CD da cantora) e ilustra o prazer com que o disco Hoje foi feito nos estúdios da gravadora Trama, em São Paulo). Um dos pontos salutares do álbum é o encontro profissional de Gal com Mariano, seu amigo de longa data, mas estreante na produção de discos da cantora. O primeiro contato foi feito nos Estados Unidos. Gal participava de um tributo a Tom Jobim no Carnegie Hall. Mariano estava lá e, na coxia, convidou a cantora para gravar um disco com o repertório do trompetista americano Chet Baker, ídolo de Gal. O convite foi aceito na hora, mas o projeto em torno de Baker - previsto inicialmente para ser gravado simultaneamente com Hoje , mas adiado para 2006 ou 2007 - foi apenas o pontapé inicial de um reencontro que acabou gerando o contrato com