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Texto de Caetano Veloso - Flor do Cerrado - 1982

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Quando conheci Gal (através de Dedé), em 1964, disse a ela que a considerava a maior cantora do Brasil. Nunca mudei de opinião, embora tenha deixado de pensar em quem é a maior. O que importa é que Gal porta o espírito do som. Não se trata de afinação precisa (Jane Duboc), nem do domínio musical (Elis Regina), nem de potência expressiva (Maria Behânia); quando se trata de Gal Costa, o assunto e qualidade musical da qualidade do som. Tal pessoa assim, misteriosamente abençoada teria de fazer presença marcante e até mesmo escandalosa no ambiente que por destino a acolhesse. assim é, que no Brasil, Gal virou sinônimo de modernidade, apelido de acidente geográfico, repositório de esperanças, belo demônio ameaçador. "As Dunas do Barato" eram da Gal, a coragem sensual, a embriagues, a expectativa de uma liderança, a essência da grandeza de Gal. Tudo isso, para mim, foram apenas modos mais ou menos desajeitados de as pessoas (e, por vezes, ela própria) entrarem na grandeza da

A Arte Maior de Gal Costa - 1983

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Disco duplo lançado em 1983, ainda no forma de LP e K7, pelo selo Fontana, da gravadora Philips, onde Gal gravou entre os anos de 1967 a 1983. No repertório três músicas extras de sua discografia, " Modinha Para Gabriela ", gravada especialmente para a abertura da novela "Gabriela", em 1975, " Sonho Meu ", gravada com Maria Bethânia, para o disco "Álibe", de 1978 e " Detalhes ", em dueto com Erasmo Carlos, para o disco "Erasmo Carlos Convida...", lançado em 1980. Nunca foi lançado em CD. Repertório: Disco 1 Lado A 01 - Faltando Um Pedaço (Djavan) 02 - Sonho Meu (D. Ivone Lara e Décio Marques) - Com Maria Bethânia 03 - Canção Que Morre no Ar (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli) 04 - Faceira (Ary Barroso) 05 - Só Louco (Dorival Caymmi) 06 - Índia ( J.A. flores/M.o. Guerreiro/Versão: José Fortuna) 07 - O Bem do Mar (Dorival Caymmi) Lado B 01 - Força Estranha (Caetano Veloso) 02 - É Luxo Só (Ary

Personalidade - 1989

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Meu vento doce. Foi assim que uma criança, certa vez, definiu a voz de Maria das Graças Penna Costa Burgos, baiana, verdadeira bênção para quem a conhece. Um dia, porém, anunciou aos quatro ventos: " Meu Nome é Gal ". Mas já havia incendiado os Festivais da Record com seu talento - não a esqueço com roupas de pedaços de espelhos, muitas cores, cabelos encaracolados, entrando no restaurante paulista Patachu, em plena Rua Augusta, depois de ter cantado " Divino Maravilhoso ", provocando espanto em algumas senhoras. Ou quando saía da Avenida São Luiz, onde morava, indo a pé até o Teatro de Arena, passando pela Ipiranga, depois do cruzamento com a São João, aquela avenida corcunda, para fazer seu primeiro show, onde também tocava guitarra, não dispensava a iluminação de Antonio Peticov, hoje consagrado artista plástico. Um grande sucesso. E depois, com o exílio forçado de Caetano e Gil, transformou-se na porta-voz mais importante da música daqueles anos de repressã

Personalidade - 1987

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A voz é de um cristal matutino. Seu nome é Gal. Uma cinderela balconista de discos em Salvador, que ouviu nos sussurros nobres de João Gilberto a profecia que seria  a maior cantora do país. A mãe, ainda com ela na barriga, cantava embalando o projeto de gente para que fosse quem fosse, nascesse cantora. Hoje, tudo isso é lenda e parece mentira de ficcão preguiçosa. Mas a voz está aí, na embalagem deste disco, estalando de viva e pulsante. Maria das Graças Costa Penna Burgos não se tornou Gal Costa por acaso. Já estreou em disco (o avarandado Domingo de 67) dividindo os sulcos com o amigo Caetano Veloso, que não se achava suficiente cantor para um LP individual. Porta voz, Gal segurou o recado tropicalista na garganta que virou fera, felina, enquanto Gil e Caetano estavam banidos. A Gal do transformador " Baby ", aqui reprocessado para tecnopop, entoava a canção de exílio " London, London " num replay de gerações, agora pelo RPM. A Gal-Fatal , personagem