Revista: A Estrela Nua
Gal só me surpreendeu uma vez: quando a conheci e a ouvi cantar. Foi uma surpresa tão grande e tão profunda que ainda hoje vivo sob o seu impacto. Na hora eu pensei: "A maior cantora do Brasil". Dai em diante foi só acompanhar os modos com que essa constatação procurou se confirmar. Primeiro era a possibilidade de realização da cantora de bossa nova ideal, com a combinação exata da emissão e feeling que eu não encontrava em nenhuma outra (virtude ainda hoje intacta, a chuva de prata da sua voz cobrindo o País). Depois a realização do rock carnaval tropicalista que a tornou estrela. Para mim, sempre mais cantora do que estrela, embora esse estrelato tenha sido quase sempre uma exteriorização do brilho de sua personalidade que antes só se revelava (e ocultava) no canto. Ouvi-la e, talvez principalmente, vê-la cantar "Força Estranha" foi, para mim, tomar contato com um momento de integração equilibrada entre as três dimensões - pessoa, estrela, cantora. Vê-la c...