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Disco: "Gal - Fa-Tal - A Todo Vapor" - Crítica de 1972

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Por Mauricio Krubusly* O lançamento de A Todo Vapo r, pode lembrar, por alguns aspectos, o de Tropicália - o que não quer dizer que os dois tenham igual importância dentro da música popular brasileira. Entre as várias semelhanças, os dois álbuns não se prendem a um determinado tipo de critério na escolha do repertório, e reunem músicas aparentemente irreconciliáveis. Em Tropicália , estavam lado a lado Vicente Celestino e Caetano Veloso, Nara Leão e Os Mutantes, a marcha rancho e o bolero, o inglês e o latim. Com Gal, convivem sem conflito Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira e Wali/Macalé, Roberto/Erasmo Carlos e o folclore baiano, Geraldo Pereira e Jorge Ben, isamel Silva e Caetano Veloso. Mais uma vez, essa reunião se torna importante, pois muitos voltam a dividir em compartimentos, até mesmo segundo o grau de brasilidade (?) - esquecidos das lições do movimento que se convencionou chamar de Tropicalismo. O repertório sem preconceitos dos dois LP's de Gal Costa adquire

Critica: Gal Costa 1969 - "Um disco novo, com urgência".

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Gal Costa - apesar da ótima aceitação que seu disco vem obtendo - procura em seu novo LP uma qualidade melhor que no anterior, considerado por ela muito diferente do seu estilo atual e, além disso, mal gravado. Quem menos está satisfeita com seu novo LP, é a própria Gal Costa: "Meu disco já nasceu velho". Algumas faixas foram gravadas há mais de quatro meses, e as cinco últimas em menos de cinco dias, nos ensaios para a televisão e os shows no Teatro de Arena, de São Paulo, e outras confusões atuais. A inclusão de duas músicas de Roberto Carlos  no LP ("Se Você Pensa" e "Vou Recomeçar"), permitiu que um crítico do Rio de Janeiro escrevesse em seu jornal; "Foi preciso Gal Costa para que se descobrisse que Roberto Carlos é compositor". Conhecida como cantora intimista, frágil, de voz limpa e afinada, Gal transformou-se em 1968, numa figura de choque, por causa do seu novo repertório e também sua figura no palco, barrôca, muito distante d

"Tigresa" e "Sua Estupidez" aparecem como possibilidades no roteiro do novo show de Gal Costa

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foto: bob wolferson Com histórico de grandes shows no verão do Rio de Janeiro ("Fatal" e "Gal Tropical", despontaram nos verões de 1972 e 1979, respectivamente), Gal Costa volta a abrir alas para o verão, como sinaliza faixa do seu novo álbum "A Pele do Futuro", em show que tem sua segunda parada no dia 07 de dezembro (o primeiro show da turnê será dia 01 de dezembro, em São Paulo), na casa Vivo Rio, no  Rio de Janeiro. Com base no repertório do álbum "A Pele do Futuro", cujo roteiro deverá contemplar boa parte das canções, o show promete outras novidades no cardápio. Embora ainda em fase de ensaios, já começam a ser divulgadas, possíveis canções que daram cortono a estética sonora que se ouve no disco de estúdio, e que deverá ser levada ao palco.  Duas canções aparecem como fortes candidadas a serem incluidas no roteiro: "Tigresa", de Caetano Veloso, que esteve presente no "Com a Boca no Mundo", de 1977, show q

Disco: "Gal Costa 1969" - Gal Costa quase divina, maravilhosa

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Data de 1967 o LP “Domingo”, reunindo Gal Costa e Caetano Veloso, feito à base de composições líricas deste: “Coração Vagabundo” , “Onde Eu Nasci Passa Um Rio” , “Avarandado” , “Um Dia” , etc. Após o domingo vem a segunda-feira, mas em termos de evolução foi como se tivesse havido um salto enorme no calendário musical de ambos. Gal retorna agora com um repertório inteiramente renovado, cuja tônica é o tropicalismo e o iê-iê-iê. Parece-nos ver daqui do alto destas páginas o franzir de quarenta mil narizes respeitáveis ao mero enunciado dessas duas palavras. Calma, senhores: nem tropicalismo nem iê-iê-iê mordem. A verdade é que não há gêneros nem escolas intrinsecamente maus; há obras boas ou más. O LP “Gal Costa” (a imaginação para dar um bom título não parece ser o forte de nossos diretores artísticos) abre esplendidamente com “Não Identificado” , onde Caetano Veloso desenvolve, com inteligência e originalidade, o tema de “uma canção para ela”, chegando a uma imagem que

Disco: "Gal 69" - "É um disco que se compra, se ouve, se guarda".

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Eu assistia, com Glauber Rocha, à exibição de “Terra em Transe”, em Cannes, 1967, quando perguntei a ele quem era a vocalista de determinada sequência. “É a Gracinha”, respondeu ele. E acrescentou: “É uma das maiores cantoras brasileiras”, Bem, se fosse verdade, ninguém sabia disso, pois Gracinha era uma jovem baiana, Maria da Graça. Só algum tempo mais tarde ela veio a se chamar Gal Costa e mostrar que Glauber tinha razão. Maria da Graça, Gracinha, Gal Costa – depois de Maria Bethânia, Caetano, Gil – começou a surgir em São Paulo (antes um LP gravado com Caetano), principalmente no programa de Roberto Carlos. Hoje todo mundo sabe quem é: uma das maiores cantoras brasileiras. Da garota tímida e provinciana, transformou-se na cantora agressiva, de cabelos grandes, uma das personalidades mais marcantes aparecidas nos meios musicais, nos últimos tempos. Mas no fundo, uma menina “de mentalidade mediana (...) não devo nada a ninguém/ pois eu sou feliz, muito feliz/ comigo mesm

Crítica: Show: Gal Tropical: "Seu Nome é Gal"

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Ainda. E agora, depois dos 30, muito melhor. Gal Costa não queria, mas fez 33 anos. Abandonou a rebeldia e o colar de espelho biseauté onde refletiu o rosto dos que a vaiaram em 1968, quando cantava "Divino Maravilhoso" , no festival da Record. Também não se deita mais no palco, simulando êxtase. Por uma última vez, no ano passado, no show "Com a Boca no Mundo" , ainda se apresentou de guitarra em punho e roupa de couro justíssima, como se acabasse de pular da motocicleta transviada de Marlon Brando em "O selvagem". Mas levou um tombo: fora de seu tempo, Gal era apenas uma triste nostálgica dos dias em que, aos gritos, libertou as cantoras brasileiras da rigidez técnica e dos bons modos em cena. Seja pelos 33 anos, seja pela psicanálise diária, a verdade mais evidente do atual show "GAL TROPICAL " (Teatro dos Quatro, Rio de Janeiro) é que a guerrilheira dos anos 60, a proclamar a criatividade e o poder dos jovens, con

Disco: Fa-tal: Só Gal ia dos cochichos de João Gilberto aos urros de Janis Joplin

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Em 1971, quando rolou o show "Vapor Barato ", transformado  num disco duplo gravado ao vivo no Teatro Tereza Raquel, no Rio, Gal Costa, mais que musa, era a estrela sobrevivente da saga tropicalista. Sob as botas do governo Médici (1969/1974), com os mentores do movimento, Caetano e Gil no exílio, a juventude antenada da época vivia entre a guerrilha e os vapores baratos que subiam dos charos acesos pela posição lisérgica do governo. Imantada por Gal, boa parte desta fatia viajante da galera se reunia (no Rio) num trecho da praia de Ipanema repleto de dunas, onde seria construido um emissário submarino de esgoto. Eram as "dunas do barato", ou como se dizia no baianês da época, "as dunas de Gal". Neste disco/show, além de segurar a barra tropicalista, Gal já rodava a baiana de maior cantora da MPB. Só ela ia dos cochichos de João Gilberto aos  urros de Janis Joplin sem trair a Dalva de Oliveira que mor ano sentimentalismo deste país de três raças