Critica: Gal Costa 1969 - "Um disco novo, com urgência".


Gal Costa - apesar da ótima aceitação que seu disco vem obtendo - procura em seu novo LP uma qualidade melhor que no anterior, considerado por ela muito diferente do seu estilo atual e, além disso, mal gravado.

Quem menos está satisfeita com seu novo LP, é a própria Gal Costa: "Meu disco já nasceu velho". Algumas faixas foram gravadas há mais de quatro meses, e as cinco últimas em menos de cinco dias, nos ensaios para a televisão e os shows no Teatro de Arena, de São Paulo, e outras confusões atuais. A inclusão de duas músicas de Roberto Carlos  no LP ("Se Você Pensa" e "Vou Recomeçar"), permitiu que um crítico do Rio de Janeiro escrevesse em seu jornal; "Foi preciso Gal Costa para que se descobrisse que Roberto Carlos é compositor". Conhecida como cantora intimista, frágil, de voz limpa e afinada, Gal transformou-se em 1968, numa figura de choque, por causa do seu novo repertório e também sua figura no palco, barrôca, muito distante de um "João Gilberto de saias", como a costumavam chamar.

O maestro Diogo Pacheco, que assistiu ao show de Gal, "mais de quinze vezes", acha que a"a fusão dos estilos de cantar da bossa-nova e o iê-íê-iê romântico ("Objeto Não Indenticado" e "Saudosismo", ambos de Caetano Veloso), permititam a Gal Costa, principalmente na fase atual, a total exroversão de sua personalidade musical, transformando-a numa cantora do mais elevado nível internacional. A nova Gal mostra já saber disso: "Acho que encontrei minh maneira de cantar. Preciso partir urgente para um novo disco".

Revista Veja - 26 de março de 1969.


Comentários

  1. Quando alguém da elite da MPB gravava Roberto Carlos era um choque.
    A Gal já gravou até Marília Mendonça,ninguém assusta mais com nada.

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