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Crítica: Gal Canta Tom Jobim ao Vivo

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O jogo já começa ganho. Gal Costa, a mais versátil e bem aparelhada cantora à bordo da obra de um dos maiores compositores da MPB, T om Jobim , acompanhada por um grupo de músicos de primeira, li d erados pelo pianista Cristovão Bastos. Gravado em setembro de 1999, no Palace de São Paulo, sob a direção de Jodelle Larcher e produção musical de Mazzola, este DVD de aproximadamente 80 minutos explora pouco os recursos da nova tecnologia. Há apenas uma curta entrevista com a cantora, sua discografia, opções de áudio (Dolby Digital ou PCM Estéreo) e legendas em português, inglês e espanhol, além da sequência do set list. O DVD destila uma postura de recital onde Gal desfia 23 músicas de Jobim sozinho ou com os parceiros Newton Mendonça, Dolores Duran, Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Ray Gilbert. "Fotografia" abre os trabalhos em sua delicadeza confidente que conduz aos machucados amorosos de "Por Causa de Você" , ambiente típico da romântica Dolores Duran. Pra

Disco: Aquele Frevo Axé - O melhor da cantora desde "Plural", de 1990

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"Aquele Frevo Axé" coloca de novo Gal Costa na linha de mira até dos fãs que se desinteressaram por seus últimos discos. Desde "Plural", de 1990, a cantora não fazia um trabalho que provocasse muito alvoroço por falta de novidades. "Gal" trazia o repertório do show "Plural" que não estava no disco anterior. "O Sorriso do Gato de Alice" reunia canções de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor e Djavan, que sempre povoaram seus discos. "Mina D'Água do Meu Canto" se dividia entre Caetano e Chico Buarque, compositores que ela gravou a vida toda. "Acústico" era uma retrospectiva de sua carreira, no formado que sempre a caracterizou. Não que ela tenha abandonado seus prediletos (e Celso Fonseca é um deles), mas a mudança de produtor fez bem a cantora. Entre erros e acertos, ela trabalhou nos últimos discos com Wally Salomão e Léo Gandelman, Arto Lidsay, Jaques Morelembaum e duas vezes com Mazzol

Disco: "Hoje|" - O tempo de Gal

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  Foto: Fernanda Cardoso Gal Costa completa 60 anos em 26 de setembro sem sentir o peso da idade. A leveza está confirmada em seu novo CD, Hoje , nas lojas na segunda-feira, 5. "Não me sinto com 60 anos e o disco é uma prova disso. Eu me sinto começando, estou sempre recomeçando", avalia a cantora. or Fernanda Cardoso no est ú dio da Trama). De fato, Hoje significa uma lufada de ar fresco na trajetória de uma cantora que já foi legal, fatal e tropical. É o primeiro disco de Gal na gravadora independente Trama e traz repertório inédito formado basicamente por músicas de compositores que vivem à margem do mercado (Nuno Ramos, Clima, Tito Bahiense, Moisés Santana, Junio Barreto, Péri, Hilton Haw). Além do repertório renovado, Hoje marca o encontro da cantora com César Camargo Mariano, produtor do disco e mentor da sonoridade atual, gravada com músicos jovens recrutados entre os colaboradores fixos dos álbuns editados pela Trama. "Por incrível que pareça,

Entrevista: Requiem para Tom faz chorar

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Fascinada com a nova casa em Trancoso, na Bahia, pra onde costuma viajar de um fôlego só a caminhonete Pajero com seus sete cães a bordo, Gal Costa pretendia descansar este ano. Mas gostou da proposta de Luiz Carlos Niemeyer, diretor de sua gravadora, a BMG-Ariola, para fazer um disco com repertório de Chico Buarque e Caetano Veloso. "Era uma oportunidade que sempre quis, não podia rejeitar", confessa. Quatro meses de gravações depois "Mina ´D'água do Meu Canto" entrou esta semana nas lojas com suas 17 faixas, oito regravações de cada autor e a inédita "Como Um Samba de Adeus", que chora Tom Jobim num suave requeim bossa nova. "Caetano Veloso fez uma fita com três melodias diferentes e perguntou se eu tinha alguma preferência. O Chico fez a escolha e mandou a letra", rebobina Gal, que chorou ao ouvir o resultado final no estúdio. "Precisei de um tempo pra me recuperar e gravar a música", admite. O disco se transforma em

Disco: Mina d"água do Meu Canto: Gal busca frescor com Chico e Caetano

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"Mina D'água do Meu Canto" , nome do novo disco de Gal Costa não é apenas verso da única inédita, o belo "Como Um Samba de Adeus" , homenagem a Tom Jobim feita Por Caetano Veloso (música) e Chico Buarque (letra), que assinam todas as canções do álbum. A capa aquosa ajuda a reforçar o conceito do CD de 17 faixas onde a cantora procura uma purificação. "Queria trazer a tona o frescor do canto, zerar a técnica e os vícios, buscar aquela Maria da Graça, admiradora de João Gilberto", prega a ex-Gracinha do início de carreira. Ela se reconhece logo nesse espelho que não é Narciso nas buarquenas " Morena dos Olhos d"água" e "Desalento" . E por conta do compromisso, alterna no roteiro audácias e convenções. Sublinha o lado clássico da obra de Chico ( A Rita, Quem Te Viu Quem Te Vê, as Vitrines ) e as várias faces de Caetano. Do vanguardista de "Pelos Olhos" com clarineta e trompa ao fadista nordestino de "O Ciú

Disco: Bem Bom: Dotes múltiplos de Gal

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A tecnopopcracia embaralhou de vez as cartas dos grandes ases. Não há mais ídolo de massa imune à contaminação do sucesso premeditado. A expectativa do sucesso condiciona o repertório, a imagem e até o batom. A supercampeã Gal Costa , no entanto, graças a multiplicidade de seus dotes, mostrou ser possível inverter os signos do consumo maciço. Seu LP "Profana" , do ano passado, vendeu toneladas a partir de um rock-balada bem jovem guarda ("Chuva de Prata") e uma versão, ainda que do repertório de Stevie Wonder ("Nada Mais/Lately). Traços redutores para uma artista do seu porte, que Gal conseguiu maximizar. No LP desse ano, o segmento nordestino foi banido em troca de mais espaço para o rock, que em variados matizes, arrepia três e meia das onze faixas. ( "Todo Amor Que Houver Nessa Vida" , de Cazuza e Frejat, é levado meio tempo em bolero, meio em rock). As baladas e boleros, às vezes em composição mista, ocuparam quase todo o restante do di

Disco: Bem Bom: Abram alas pra Cantora

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Como vocês devem saber, a imprensa recebe discos de gravadoras antes que todo mundo, antes mesmo das lojas. Por isso, tenho lido uma batelada de comentários publicados em jornais sobre o novo disco de Gal Costa . E reparei que quase todas abordavam em detalhes os autores, música por música, as letras (reproduzindo trechos, nesse procedimento tão discutível, por permitir a indução de uma errônea interpretação de uma canção), das orquestrações, as fases ou o posicionamento de cada compositor (ninguém ganhou duas músicas no LP) - enfim, uma esmiuçada análise do que foi escolhido pela Gal e seus produtores, mas como se fosse um disco de um compositor. Muito pouco se falou sobre o principal, a performance da mais admirável cantora do Brasil dos tempos atuais. E não só a performance: o seu sentido de não enquadrar o repertório em função de sucessos anteriores, para colher brilhos enganosos, numa atitude oposta às Simones da vida, para quem cada faixa de um LP é como uma posição de j