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Crítica: Espelho D'Água: Gal Costa, com a essência do tropicalismo

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  Foto: P. Pidal / AFV Show: Espelho d'Água Gal Costa (Voz) Guilherme Monteiro (violões e guitarras) Teatro Gran Rex (Argentina) Opinião: Muito bom Gal Costa tem uma força estranha. Pode cantar uma refinada bossa "Coração Vagabundo" e no momento seguinte, transformar-se e fazer experimentações em "Tuareg". As dobras de sua voz encarnam um dos mistérios da música popular brasileira. Gal é samba, pop, rock e é essencialmente tropicalista. Em seu show "Espelho d'Água", que veio apresentar no Teatro Grand Rex, a artista reflete um impulso vital e incansável como interprete. Com um repertório de vinte canções, que revê sua história, a cantora que cativou uma geração, encontra uma maneira diferente de se conectar com compositores como Caetano Veloso, Chico Buarque,  Jorge Ben Jor, Roberto e Erasmo Carlos e Lupicínio Rodrigues. Com um cenário minimalista, Gal mantém a tensão e o magnetismo em mais de duas horas, trazendo para o cent

Disco: Profana: Gal Costa retoma garra e ginga a todo vapor

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É a glória nas alturas: os agudos de Gal Costa - aqueles - estão voltando a arrepiar. Lá em cima, onde poucas vozes da MPB conseguem se sentir confortáveis, ou eventualmente lá embaixo, onde o som sempre sai forçado. Gal anda barbarizando. E faz do seu décima sexto LP "Profana" (o primeiro pela RCA) uma retomada impressionante do velho pique, que angariou apaixonados dentro e fora do país. Já estava na hora. Apesar do apuro técnico crescente, Gal vinha de uma triste sucessão de discos frios e shows gelados, feito uma falsa baiana. Agora não: aos 39 anos, 20 de carreira, ela reúne garra e ginga suficientes para ficar entre as grande de novo. Com um repertório perfeito. Gal vai da canção chorosa "Nada Mais" - versão de Ronaldo Bastos para a balada "Lately", de Stevie Wonder - ao suingue djavanesco de "Topázio". Ok, ela ainda não se dá ao luxo de dispensar abolerados (como "Chuva de Prata" , de Ronaldo Bastos e Ed Wilson),

Disco: Acústico MTV: A mais completa intérprete do país

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Considerando como de estreia o LP "Domingo" , dividido com Caetano Veloso, em 1967, Gal Costa comemora 30 anos de carreira no projeto "Acústico MTV" (BMG), constituído de vídeo, disco e uma sequência de shows que começa sexta-feira em Belo Horizonte. Trata-se de uma comemoração suntuosa, uma espécie de moldura de medalha, como a que já condecorou em projetos semelhantes Milton Nascimento e Caetano Veloso. Tanto no vídeo quanto na seleção do CD (que exclui alguns números importantes como "Vaca Profana" , "O Amor" e "Força Estranha" ), a cantora confirma o posto de mais completa interprete do país. Do protótipo pop ( "Baby" com entorno de sax e violinos) à balada rock ( "Não Identificado" ), passando pelo picotado samba choro ( "Teco Teco" ), e pelo samba sincopado ( "Falsa Baiana" ) ou o samba canção pré-bossa ( "Só Louco" ) nada escapa ao cristal vocal polidor de pérolas. Inc

Gal Costa, Gilberto Gil e Nando Reis anunciam turnê, que deverá percorrer algumas cidades brasileiras

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  Em outubro de 2016, Nando Reis, Gal Costa e Gilberto Gil, fizeram show para convidados em Brasília, em homenagem aos 100 anos de nascimento do ex-deputado federal Ulisses Guimarães. Saudado como um momento especial para os três artistas, que se apresentavam juntos pela primeira vez , o encontro, agora vira turnê e ganha novas datas.  Nando, Gal e Gil irão fazer uma  turnê ampliando as conexões e o repertório apresentado na primeira ocasião. A primeira cidade que irá receber o trio, será São Paulo. O show acontecerá no Citibank Hall, no dia 04 de agosto de 2017. As cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, também receberam o show, em datas ainda a serem definidas.

Disco: Fa-tal: Só Gal ia dos cochichos de João Gilberto aos urros de Janis Joplin

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Em 1971, quando rolou o show "Vapor Barato ", transformado  num disco duplo gravado ao vivo no Teatro Tereza Raquel, no Rio, Gal Costa, mais que musa, era a estrela sobrevivente da saga tropicalista. Sob as botas do governo Médici (1969/1974), com os mentores do movimento, Caetano e Gil no exílio, a juventude antenada da época vivia entre a guerrilha e os vapores baratos que subiam dos charos acesos pela posição lisérgica do governo. Imantada por Gal, boa parte desta fatia viajante da galera se reunia (no Rio) num trecho da praia de Ipanema repleto de dunas, onde seria construido um emissário submarino de esgoto. Eram as "dunas do barato", ou como se dizia no baianês da época, "as dunas de Gal". Neste disco/show, além de segurar a barra tropicalista, Gal já rodava a baiana de maior cantora da MPB. Só ela ia dos cochichos de João Gilberto aos  urros de Janis Joplin sem trair a Dalva de Oliveira que mor ano sentimentalismo deste país de três raças

Show "Cantar": Saudade Fora de Hora

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Custou, mas aconteceu. O novo espetáculo de Gal Costa decreta o fim da bossa nova. Não que as músicas do show sejam do começo dos anos 60. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, por exemplo, alguns dos eleitos, surgiram depois. Outros compositores selecionados, como Ari Barroso e Marino Pinto , precederam o movimento. Todos eles, porém foram envolvidos nesse show, em arranjos rigidamente acadêmicos dentro do estilo iniciado por João Gilberto. E esse inconveniente (e recente demais) saudosismo acabou por conferir à apresentação da cantora uma indisfarçável desatualização. O responsável por essa extemporânea ressurreição parece ser João Donato, pianista e diretor musical do espetáculo. Um dos fundadores da bossa nova, Donato voltou ao Brasil, no ano passado, depois de treze anos de permanência nos Estados Unidos. Durante sua ausência, terminou o período róseo e otimista que gerou o movimento ocupado em cantar singelezas da natureza e do amor. Em 1974, parece sem sentido

Disco: Aquarela do Brasil: A Senhora Gal

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Gal faz disco que não supera show Foi duro chegar lá, e por enquanto, aos 35 anos , Gal Costa não quer arriscar nada. Por isso esse disco que lança, por força do contrato com a Polygram, "Aquarela do Brasil" , foi cuidadosamente preparado para brilhar apenas discretamente e não prejudicar a carreira do show "Gal Tropical" , que já dura dois anos e o produtor Guilherme Araújo espera prolongar até 1981. Fantasiada como uma rumbeira vermelha desenhada por Guilherme Guimarães e cantando "Índia" e "Força Estranha", Gal já esteve no Japão, em Montreux, Campinas e Belo Horizonte com o show e ainda há centenas de cidades brasileiras juntando os 400 000 cruzeiros que ela cobra para cruzar o palco em correria desvairada ao som da marchinha "Balancê" de João de Barro. O trabalho é grande e Gal precisa terminar sua casa na Barra da Tijuca e pagar três sessões semanais do analista. Orgulhosa, quer mostrar ao maior número possível