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Gal Costa - Trilhas de Novelas - Anos 70

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Gal Costa é uma das recordistas, entre as cantoras brasileira, de músicas em trilhas de novelas. Sua voz começou a ser ouvida, ainda nos anos 70, numa obscura trama da TV Tupi, "Tempo de Viver", exibida no ano de 1972. A chegada às trilhas na Rede Globo, vitrine de maior sucesso, se deu em "Gabriela", com a canção de abertura, composta especialmente para sua voz, por Dorival Caymmi. Durante toda a década de 70, sua voz se fez cada vez mais presente nas trilhas, consolidando seu nome em várias novelas da Globo e da TV Tupi. TEMPO DE VIVER - 1972 - TV TUPI/TV GAZETA - 23H A trilha da novela "Tempo de Amar", foi produzida por Roberto Menescal, que era diretor artistico da Polygram (Atual Universal Music) e havia acabado de produzir o álbum "Fa-tal - A Todo Vapor", de Gal Costa. Do repertório do disco, ele incluiu na trilha "Pérola Negra", de Luiz Melodia, a primeira música da cantora, a entrar numa trilha de novela. A faixa gr

Disco: Profana. "A Gal da alegria

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foto: Luiz Carlos David Em "Profana", a cantora volta aos ritmos quentes Foliões e roqueiros que se preparem: chegou o fim da fase Dolores Duran de Gal Costa . Em 1983, ainda que o maior sucesso de Gal tenha sido a irreverente "Rumba Louca" , o que prevaleceu em seu trabalho foram as canções românticas, as vezes de clima sofrido, que a aproximaram do estilo da grande cantora dos anos 50. Em "Profana" , o novo LP de Gal que chega às lojas esta semana, volta à cena a intérprete esfuziante e brincalhona. As canções românticas ocupam apenas duas das doze faixas do LP, dominado por baiões, frevos, rocks e marchas carnavalescas. A técnica apuradíssima de Gal volta a ser exercitada nas regiões mais agudas da escala musical. O resultado é um LP com muita alegria que lembra a cantora do "Gal Tropical" , disco de 1979 e que surge com seu melhor trabalho desde "Fantasia" , de 1981. O carro-chefe dessa fase eufórica de Gal é a marcha

Entrevista: "Estou louca para pisar num palco e rasgar o peito!"

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DEPOIS DOS TRINTA, GAL QUER VOLTAR A ACONTECER Era a terceira vez que "Vatapá" era ensaiada. Naquele calor infernal, Gal Costa se empenhava ao máximo, movimentando-se na saleta de ensaios da gravadora Phonogram. Seus músicos é que demonstrava cansaço. Gal sentou-se ao lado do guitarrista Perinho e reclamou:  - "Tá faltando molho. Aumenta o pique, Perinho!" A uma ordem do líder, Rubão (baixo), Antonio Adolfo (piano) e Pedrinho (bateria) empreenderam um pique que deu a devida retaguarda rítmica à pulsante voz de Gal. Assim alegre, ela retomou a alegria, os vestidos floridos, o riso aberto: - "O pique nunca deixou de existir, mas está muito mais forte agora. Estou louca para pisar no palco e rasgar o peito." Quando isso acontecer, o público verá uma cantora cheia de garra e explosões, voltando ao gênero que abandonara nos tempos de "Cantar" e "Gal Canta Caymmi". Gal tem sido muito bem comporta, na voz e no palco. E

Crítica: Show "Baby Gal" - Gal, delícias e delírios

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Foto: Rogério Carneiro Para Gal Costa, bastava ocupar o palco com um banquinho e um violão e deixar que o cristal que mora em sua garganta garantisse um bom programa. Mas ela costuma querer mais e, às vezes, como no desastrado "Fantasia" de dois anos trás, os enfeites que a acompanham só atrapalham. Agora, porém, ela se cercou de uma produção requintada - a direção geral é de Aloysio Legey e Walter Lacet, a mesma dupla dos musicais da Rede Globo - para realizar o melhor espetáculo de sua carreira. Mas profissional que o antológico "Gal a Todo Vapor" , mais maduro que o bem-sucedido "Gal Tropical" , este "Baby Gal" encanta por mostrar que a maior cantora do país ainda está em evolução. Mais bonita,mais magra e mais bem vestida do que em sua última aparição na TV, em especial da Globo, ano passado, Gal também está mais atriz que em seus shows anteriores. É assim que ela dá vida nova a canções que pareciam desgastada. A "Dora&q

Show: "Todas as Coisas e Eu: Gal enfrenta a alegria - e a tristeza.

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Ela voltou, a grande cantora. Nesse tempo que andou ameaçando se perder de todas as coisas e de si, a artista Gal Costa, 58, se anestesiou também de uma série de sentidos: tato, paladar, audição, visão, faro... Interrompeu contato com parte de seu público (eram várias as cadeiras vazias na estreia de "Todas as Coisas e Eu" , quinta, enquanto lá em casa "Celebridade" quase acabava). Fechou os olhos e os ouvidos para repertórios, arranjos e modos novos de ser Gal Costa. Hoje, corre com gana trás do prejuízo, de seis ou sete sentidos. O resultado é um espetáculo todo errado, todo certo. Um acerto interrompe um erro que substitui um acerto que se muda num erro. Zune um código morse nervoso. A grande cantora se despe assustada, mas viva, muito viva. Fotografa o próprio medo, quando ao cantar "Um Favor" de Lupícinio Rodrigues (que desde 1977 é dela, muito dela) erra a letra feito uma colegial, cantora imatura em primeiro show. Estava ao violã

Disco: "Baby Gal" - “Baby Gal” nasceu com a Tropicália

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Em novembro de 1968, os que conseguiram chegar até a porta e entrar, na extinta casa noturna Sucata, para ver Caetano Veloso e Os Mutantes, mal puderam ouvir a declaração de amor de Caetano a Gal Costa, que João Gilberto dizia ser a maior cantora do Brasil. “I love you, Gal Costa/ Baby, baby, baby…” A simples menção de “Baby” e do nome Gal Costa deleitou a plateia, ainda embriagada pelo novo som e imagem propostos pelo tropicalismo. A canção “Baby”, de Caetano, gravada por Gal Costa no LP “Tropicália” (julho de 1968), com arranjo de Rogério Duprat, saiu da Tropicália para entrar na história da música popular como canção hino de toda uma geração. Quinze anos se passaram e “Baby” está de volta recriada por Gal no LP “Baby Gal”. “Não foi a nossa intenção – diz a cantora – comemorar os 15 anos do tropicalismo. Mas já que aconteceu, fico feliz, e posso dizer que “Baby Gal” só foi possível por causa da Tropicália. Por tudo o que o movimento representou para a minha ca

Disco: "Gal Costa 1969" - Gal Costa quase divina, maravilhosa

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Data de 1967 o LP “Domingo”, reunindo Gal Costa e Caetano Veloso, feito à base de composições líricas deste: “Coração Vagabundo” , “Onde Eu Nasci Passa Um Rio” , “Avarandado” , “Um Dia” , etc. Após o domingo vem a segunda-feira, mas em termos de evolução foi como se tivesse havido um salto enorme no calendário musical de ambos. Gal retorna agora com um repertório inteiramente renovado, cuja tônica é o tropicalismo e o iê-iê-iê. Parece-nos ver daqui do alto destas páginas o franzir de quarenta mil narizes respeitáveis ao mero enunciado dessas duas palavras. Calma, senhores: nem tropicalismo nem iê-iê-iê mordem. A verdade é que não há gêneros nem escolas intrinsecamente maus; há obras boas ou más. O LP “Gal Costa” (a imaginação para dar um bom título não parece ser o forte de nossos diretores artísticos) abre esplendidamente com “Não Identificado” , onde Caetano Veloso desenvolve, com inteligência e originalidade, o tema de “uma canção para ela”, chegando a uma imagem que